
Nunca liguei o mal com a escuridão, talvez a escuridão seja um tipo de esconderijo para os que tem medo do mal cegado pela luz.
Todos os tipos de criaturas mágicas saem de seus esconderijos e dão boa noite as estrelas.
O dia é feito para os homens se matarem e a noite para os espertos descobrirem o mundo.
Tenho vontade de fazer uma mala, colocar nas costas e sair andando, sem rumo, a procura da felicidade, um novo amor, uma nova forma de ver as coisas, uma nova lua de outro ângulo, por sons mais tranqüilos, agitados, talvez até bem perturbador, do jeito que fazia minhas orelhas doerem, e enquanto estivesse indo embora, sentiria o chão tremer e pessoas gritarem.
Iria rir e cambalear ao tropeçar em uma pedra no caminho, depois andaria olhando para o chão, trombaria com alguém no meio da rua, ela pediria desculpas, e ao levantar o olhar me perderia num mar de escuridão de seus olhos, e seu rosto continuaria um mistério, e os dois continuariam seguindo seu caminho. Subiria uma escadaria velha, me debruçaria para a janela, abriria e entraria, fecharia num baque, ela emperraria algumas vezes e o dono da pensão me ajudaria.
Meu gato malhado estaria me esperando dormindo em cima da bagunçada cama. Pegaria um bom livro na prateleira, assopraria a poeira, deitaria de bruços na cama e mergulharia em um mundo aonde o impossível é possível.
Não teria que fazer a lição de casa, levaria minhas roupas nada sintáticas para a lavanderia, comeria comidas naturais, faria uns trabalhos para o Green Peace, vídeos conferencias seriam realizadas, baleias seriam salvas, palmas não seriam economizadas, autógrafos teriam ficado para outra hora. Meu livro seria engraçado, meu café preto doce, e as estrelas o ponto de chegada.
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