
Um livro de memórias seria bom para mim, ainda mais se tivesse aquela máquina fotográfica que já te da a foto, naturalmente, sem ficar apagando até que seu rosto não saia tão vermelho e sua testa tão grande. Eu faria desenhos, frases, textos, contaria história, colaria milhares de novas fotos dos meus amigos, não me importaria se um dia alguém achasse em baixo da minha cama e falasse que eu estava gorda. Seria tudo tão espontâneo, iria ter uma caneta própria para escrever ali, as folhas seriam amarelas, nunca usaria corretivo quando escrevesse alguma palavra errada. Só passaria um risco colorido e escreveria em cima a palavra correta. Por mais que minhas ilustrações fossem ridículas, faria carinhas felizes e tristes, de acordo com o momento. Seria o meu livro sobre mim. Uma auto-biografia. Talvez um dia, quando estiver velha, meus netos encontrem o livro e soubessem tanto de mim quanto eu seria capaz de me lembrar. Eu estaria no jardim, colhendo flores para enfeitar minha casa, se não poderia estar na horta colhendo alfaces. Eu seria completamente feliz, e não temeria esquecer os melhores momentos da minha vida por que... Bom, eu ia ter um filme em palavras.
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