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domingo, 24 de outubro de 2010

Não pense, faça.

Sem fôlego, Nuyara subia os infinitos degraus sem perder o ritmo, sem ousar vacilar, e sem parar antes que chegasse ao topo do alto mirante. A curiosidade estava lhe dando alergias, isso sempre acontecia com Nuyara quando queria saber de alguma coisa e a pessoa se recusava a responder com todas as palavras, completas, da letra maiúscula ao ponto final, sem pontos de interrogações ou reticências.
Suas pernas doíam, mas Nuyara não parou, os pulmões puxavam ar desesperadamente, mas seu coração continuava aquecido pela esperança.
Assim que chegou ao topo, se debruçou sobre o para peito e olhou para baixo. Lá estava ele, ainda com o sorriso intacto. João sabia exatamente o que ia gritar.
Lá do alto, Nuyara esperava ansiosa para o que seria o "isto" da única frase que saíra dos lábios do namorado pouco antes de subir uma dúzia de lances de escadas. Você vai ouvir a minha voz quando eu gritar isto bem alto, disse João pouco antes dela subir correndo como se fosse tirar a mãe da forca lá no ultimo degrau do farol.
João gritou com todas as suas forças: - QUER SE CASAR COMIGO?
Nuyara sabia que ele gritara alguma coisa, e entrou em desespero quando o eco da voz do seu amor virou milhões e tudo ficou confuso. Pensou em sacar o celular e perguntar o que foi que havia dito, mas sabia que João diria que é trapaça e ela ficaria de castigo. João gritou: "CASA-SE COMIGO! E MEU CORAÇÃO SERÁ ETERNAMENTE SEU!", ela não escutou. Continuou assustada com o som do eco na sua mente, nada se encaixava coerentemente.
Ela não ouviu. A falta de reação da garota fez com que João ficasse cabisbaixo, entrasse no carro e fosse embora. Nuy entrou em desespero, desceu as escadas desesperadamente, mas quando alcançou a terra, o carro já havia partido e ali, deixado apenas uma caixinha de preta e poeira.
Abriu a caixa e notou um anel de brilhantes. Surpresa, sacou o celular e discou o número. Chamou três vezes, e depois caiu a linha.
Conseguiu pegar um táxi e ir para casa, não parara de remexer no anel, era tão lindo!
Mais tarde, quando pensava no que acontecera no farol, o telefone tocou. Fingiu que era sua mãe: "pronto", resposta: "er... por favor a Nuyara?" e antes que pudesse pensar, gritou "SIM SIM SIM SIM, MIL VEZES SIM!".
João, do outro lado da linha perdeu toda a sensatez, e uma única lágrima caiu, era o dia mais feliz da sua vida.

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