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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cruela, dinheiro e felicidade.

Podia escutar ao longe o som dos saltos batendo no chão como um monte de cliques desesperados no teclado do computador. Essa não era a vida que eu imaginava levar.
Qual é, eu não passei 4 anos da minha vida na faculdade para terminar como secretaria da secretaria de um tipo de líder lunática e megera que precisa seriamente de um namorado. Não passei a minha vida inteira acreditando que escreveria histórias para crianças, e que ao ler uma história minha elas se sentiriam menos sós enquanto os pais trabalham para conseguir dinheiro para que se mantenham estáveis financeiramente.
Dinheiro. As vezes penso que é para isso que eu estou aqui agora, só para poder comprar um apartamento qualquer e gastar o resto em sapatos quando me sentir infeliz.
Quando falamos de sonhos, imaginam o casamento perfeito, filhos perfeitos, viagens perfeitas, carros, e, bem, dinheiro. Eu já sonhei com todas essas coisas. Não me envergonho em admitir que preciso de dinheiro, mas nunca fiz disso um sonho. Pra mim, sonhar vai além das coisas materiais, vai além do que podemos tocar, vai além do que podemos ter sem nenhum grande obstáculo.
Meu sonho trata-se apenas de mim: eu, eu mesma, e minha felicidade. Talvez alguns carros, alguns caras, e o tão precioso dinheiro, mas do que eu preciso mesmo para que possa sorrir, é ter quem eu amo do meu lado. Mesmo que eu esteja longe, talvez na África, lendo para crianças de sorrisos sinceros e radiantes.
Como um precioso brilhante amarelo que está além de tudo, e não estou falando de ouro, estou falando de algo mais importante, algo como o Sol...
E então fui tirada do meu sonhar-acordada quando uma bolsa e um casaco caro foi jogado em cima da minha refinada mesa de vidro - como se eu me importasse.
- Não se esqueça do meu almoço, preciso dele antes de voltar daqui meia hora...
E antes que a Cruela-Devil terminasse de falar, antes de ser louca por sofrimento de estagiárias que usam rasteirinha para ir trabalhar ao invés de tortuosos saltos agulha, pulei para fora da cadeira, e sai correndo antes que elas soltassem os cachorros para cima de mim e minha preciosa rasteirinha. Opa, cachorros não, Chiuauas que gastam mais no salão de beleza em um dia do que eu em um ano.
Agora sim eu poderia parar de tentar não entrar em um tipo de coma catatônico, e fazer logo a coisa toda virar uma coisa toda muito mais feliz. Agora sim sou só eu, eu mesma, e minha felicidade... Mas sem me esquecer dos amigos bobocas e até mesmo dos Chiuauas, eles podem ser bonitinhos quando não correm atrás de você como se você fosse um ultimo pedaço de filé mignon francês... É, é bom sonhar.

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